CASE - JOGO DO CONTADOR
PARTICIPAÇÃO DA NEO SOLUTIONS NO 26 EESCON
A cada 2 anos a empresa onde trabalho faz questão de renovar meu maior desafio profissional.
A participação em um evento contábil muito importante, de maneira que nosso desempenho seja sempre a altura da participação anterior.
Este é o registro da 4ª participação e mais uma vez conseguimos atingir as expectativas, porém nunca é fácil, nunca é fácil!
Nos propusemos a participar do evento sempre com uma ação temática, em 2012 “Dê uma grande tacada”, em 2014 “Protocolos de chocolate”, em 2016 “Conversas regadas a um bom vinho” e a mais recente em 2018 “Jogo do Contador”.
Essas ações têm como principal objetivo o estreitamento no relacionamento com o cliente, porém também focamos no posicionamento da marca e na exposição de nossos produtos, já que a feira de negócios é uma atração deste congresso contábil.
Devido ao histórico com essas participações em 2016 no meio de muitos elogios escutávamos a seguinte provação: Quero só ver o que vocês vão aprontar na próxima edição!
Então no nosso planejamento de marketing de 2017 esse questionamento, faz sua nova porém tímida aparição, depois a exatos 12 meses antes do evento em setembro de 2018 eu tinha apresentar uma resposta.
Eu já tinha a ideia do Jogo do Contador antes disso, mas queria amadurecer a ideia, quando fui apresentado ao orçamento disponível tive que desistir, pois era inviável, porém com o prazo para começar os preparativos para o evento chegando eu não conseguia pensar em nada que chegasse perto de se equiparar com 2016.
Sem opção apresentei a ideia do jogo sabendo que não caberia no orçamento, mas que era uma ótima ideia e que eu poderia buscar parcerias para fazer acontecer ou então, eu ia dar algum jeito.
Esse jeito era eu colocar a mão na massa em tudo que eu pudesse e assim economizar, então por acreditar tanto nessa ideia assumi a responsabilidade de desenvolver praticamente sozinho um jogo de tabuleiro.
Já imaginei todos os nossos clientes orgulhosos com o melhor presente do evento, desfilando com as caixas do jogo na mão. Quando chegassem em casa, jogariam com a família, filhos e netos que agora saberiam com que os pais ou os avós trabalhavam, pois estavam aprendendo de maneira lúdica, se divertindo com o jogo. Ao mesmo tempo mostrando os benefícios de reais em usar nossos produtos. E todo o desdobramento depois disso, tudo era muito lindo, lindo mas era só imaginação.
Era preciso criar um jogo com regras muito bem estabelecidas, que não gerasse nenhum beco sem saída, criar toda a sua mecânica, tinha que ser divertido e informar ao mesmo tempo, então decidi que o jogo teria como tema as situações de uma empresa contábil desde de sua criação até o momento em que o dono da empresa se aposenta.
Para isso as casas do jogo retratariam problemas e soluções dos empresários contábeis, fazendo com que o jogador tivesse um melhor ou pior desempenho ao ir passeando pelo tabuleiro. Me inspirei no Jogo da Vida da Estrela na questão de usar dinheiro para contabilizar desempenho.
Agora que já tinha o tema, a próxima etapa era distribuir isso de maneira equilibrada no tabuleiro, com regras específicas, que a lógica fosse coerente. Esse conteúdo gerou 123 casas com assuntos impossíveis de serem tratados no tamanho limitado de cada casa do jogo, então provisoriamente o jogo teria uma ficha explicativa para cada casa.
Somando isso aos dados de 10 e 20 lados, notas de dinheiro (do jogo da vida da minha filha), cartas de clientes e produtos (feitas com cartões de visitas antigos), já foi possível montar um protótipo para jogar. A primeira rodada aconteceu surpreendentemente com poucos problemas, o que permitiu liberar minha cabeça para outros processos.
Com o protótipo encaminhado eu precisava pensar na produção do jogo, então depois de muita pesquisa, optei por começar a desenhar o tabuleiro, mesmo sem saber exatamente as dimensões exatas, pois isso ia depender de fornecedores, por isso decidi fazer em vetor, pois sabia que seria mais fácil ajustar o tamanho caso fosse preciso.
Depois de muitos dias de trabalho no Adobe Illustrator, o tabuleiro foi adquirindo uma cara, foi feito outro protótipo agora com um tabuleiro impresso em 4 folhas A4 preto e branco, mas jogar com ele foi bem mais divertido, também apontando novas necessidades de correções.
Para agilizar e deixar o tabuleiro mais bonito, senti necessidade de ilustrações, nesse momento sofri bastante por não ter verba para contratar um ilustrador, tinha várias opções de profissionais que gostaria de chamar, Douglas Pereira, Delcio Bontempi, Doug Lira, Caique Pituba, entre outros, mas verba era uma palavra proibida, então a solução foi usar ilustrações com direitos livres da internet e adaptá-las para funcionarem no design.
O processo de criação do tabuleiro deu tão certo que resolvi avançar da mesma maneira para a caixa, como ainda não sabia as dimensões pois ainda não tinha o fornecedor, precisei fazer uma arte que o fundo pudesse ser ajustado facilmente a qualquer padrão de caixa e a ilustração principal ficaria mais centralizada na caixa.
Enquanto isso a procura dos fornecedores corria em paralelo, me deixando cada vez mais desesperado, uma caixa cartonada como eu idealizava na quantidade que eu precisava, era mais da metade da verba para a participação total no evento, incluindo aluguel do estande, material de divulgação como folders e canetas, hospedagem, alimentação e transporte para 5 pessoas em Campos do Jordão. Isso me deixou meio abalado.
Quando isso acontecia, eu ia trabalhar nas coisas que estavam faltando para não focar no problema, mesmo sabendo que eu teria que resolvê-los mais tarde.
Nessas de fazer cotações, uma coisa que percebi que poderia deixar o jogo mais caro, seriam as fichas de descrição das casas, foi quando lembrei da última experiência que tivemos em jogar o protótipo, onde eu era o banqueiro do jogo e também lia todas as descrições das casas ver se todos entendiam, então pensei se tivesse um jeito da pessoa ouvir a descrição das casas, seria muito mais rápido e dinâmico, foi aí que nasceu a ideia de fazer um aplicativo.
O problema é que eu nunca fiz um aplicativo na vida, tentei apelar para um desenvolvedor da empresa, mas ele também estava muito atarefado e não daria conta.
A ideia do aplicativo me deixou tão empolgado que eu mesmo fui aprender como fazer para poder fazer. Enquanto ia apanhando para desenvolver o aplicativo, houve outro momento em que eu fiquei realmente triste pela falta de verba, gostaria que a narração fosse feita pelo ator Paulo Carvalho, que já trabalhou conosco em outras oportunidades, com certeza iria ficar muito melhor do que eu.
Com o aplicativo indo até que bem, chegou o momento em que eu precisava dos áudios das descrições das casas narradas para poder colocar no aplicativo.
Então com a redação dos textos lapidada e eu sendo a melhor opção custo benefício, fui gravar os áudios, pelo menos a parte da gravação eu sabia como seria, pois tenho um home studio e foi possível conseguir uma boa qualidade nesses áudios.
Com milhões de coisas acontecendo ao mesmo tempo, eu ainda estava tentando conseguir apoiadores externos para o jogo, duas empresas eram ideais para o projeto então sempre que podia, investia esforços conversando com o pessoal do marketing dessas empresas.
Com toda a parte de design gráfico pronta, era necessário definir os fornecedores e fazer os ajustes das artes para caberem nos seus padrões. Foram 4 empresas gráficas diferentes para a produção de todas as partes impressas do jogo.
Mesmo assim as coisas foram sendo impressas aos poucos, pois em partes estratégicas poderiam ir a marca das empresas apoiadoras, outro fator era o desenvolvimento do aplicativo, que precisava ser aceito pelos padrões do google play, para que pudéssemos divulgar o endereço de download na caixa, o Bruno Brito me ajudou com um último detalhe para finalização do aplicativo, sem isso o aplicativo não conseguiria rodar em dispositivos android mais antigos.
Essas indefinições iam deixando a produção do jogo cada vez mais perto do seu limite, até o momento de não dar mais para esperar, pois era necessário começar a divulgar nossa participação no evento e tudo que fosse relacionado ao jogo tinha que estar definido para o uso das imagens na divulgação e outras estratégias.
Por isso não pudemos esperar mais a resposta dos apoiadores e resolvemos seguir em frente, sem essa verba tive que pensar em outra solução para não estourar o orçamento. Resolvi sacrificar a customização terceirizada do estande oferecendo uma opção usando o que a empresa já tinha. Para isso precisei fazer uma simulação em 3d de como ficaria o estande com a minha nova proposta.
A customização do estande foi aprovada e o planejamento da participação do evento estava dentro do orçamento.
As partes restantes do jogo, foram adequadas para cada gráfica e encomendadas bem como as peças plásticas, peões e dados, aos poucos tínhamos todo o material dos jogos na empresa, só que agora precisavam ser separados e montados em unidades completas dos jogos, esse trabalho seria impossível se não fosse a coordenação da Deyse Oliveira na empresa.
Agora o Jogo do Contador estava pronto, testado e aprovado, nossos clientes informados que teriam um presente esperando por eles na nossa participação do evento.
Com tudo preparado, fomos para Campos do Jordão para 3 dias de evento, as caixas dos jogos ajudaram a decorar o estande que ficou bastante chamativo.
A ação foi um sucesso, todos queriam saber o que era o tal do jogo do contador, quando viam que era realmente um jogo de tabuleiro, queriam saber como faziam para ganhar um, então informávamos que bastava ser nosso cliente ou participar do sorteio no último dia do evento. Quando ouviam as instruções das casas pelo aplicativo, todos se surpreendiam e indiretamente eram apresentados aos nossos produtos, então era o momento em que os vendedores podiam atuar, pois a pessoa já estava com a atenção conquistada.
Pela 4ª edição consecutiva conseguimos participar de maneira temática no evento, sendo uma atração a parte, com os melhores presentes das empresas participantes para seus clientes, gravamos nossa marca com uma experiência que vai se estender muito após ao término do evento.
Vou ter agora uma pausa para descanso, mas sei que lá para meados de 2019 a pergunta sobre como será a nossa participação na edição do evento de 2020 vai me assombrar novamente.